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Os problemas de deglutição e seu impacto na qualidade de vida

Dentre os problemas fonoaudiológicos do envelhecimento, as dificuldades de alimentação são os que mais geram interferência negativa na vida dos idosos. Além das consequências físicas como o emagrecimento e a presença constante de pneumonias, muitas vezes levam a depressão e isolamento.
Mas, por que estes problemas têm impacto tão negativo na vida dessa população? Para entendermos melhor, devemos pensar na função do alimento em nossas vidas.

Para que nos alimentamos? A primeira resposta vem prontamente: para nos mantermos nutridos. Sem os nutrientes, contidos nos alimentos, nossas células funcionam de maneira deficiente, gerando doenças e até a morte.
Estabelece-se assim uma importante associação: alimentar-se está ligado a manter-se vivo. Desde a vida intrauterina, a manutenção da nossa vida depende da alimentação.
Entretanto, pensar apenas na alimentação como uma necessidade fisiológica, estaríamos desconsiderando o que chamamos de aspecto psicossocial deste ato.
Qual a diferença entre comer um bolo de chocolate, ou uma porção de quiabo? Sem considerarmos o valor nutricional, o que faz com que a maioria das pessoas escolha o bolo? É dimensão psicológica da alimentação que nos leva a preferir um ou outro. O sabor doce, a associação com situações positivas, como uma festa, uma recompensa na infância, faz de nossas escolhas alimentares, formas de se obter prazer pessoal. Ver um filme comendo pipocas, tomar um chá no inverno, oferecem sensação de bem estar e acolhimento.
Sem dúvida, você pode parar para pensar, poderá eleger algo que se lhe fosse proibido comer seria, praticamente, uma tortura a falta que lhe faria. O que, popularmente, chamamos de paladar pessoal está relacionado, portanto, com nossos hábitos diários e nossa história de vida.
A dimensão social da alimentação é ainda mais evidente. Imagine uma comemoração de aniversário, ou uma festa de Natal, sem comida. Seria no mínimo estranho. Sem perceber, quando você revê um amigo, ou quer tratar de negócios, convida a outra pessoa para tomar um café, ou almoçar. Nestas situações, o que está em questão não é a alimentação, propriamente dita, mas sim, a possibilidade de confraternizar, de interagir socialmente.

Dra Juliana Venites, fonoaudióloga especialista em envelhecimento
www.julianavenites.com.br