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Se não fosse a família, que graça teria a vida?

marco-2016-editorial

Família: linhagem de pessoas ligadas por fortes laços de parentesco, sangue, raça etc. É o lugar em que se formam os laços familiares, berço do amor e da fraternidade, outrora denominada de “a alma mater da sociedade”. A propósito: dia desses, numa “reunião em família” na casa de um amigo, a conversa bateu na tecla de como funcionam as famílias. Surpreendentemente, a conclusão foi unânime: não há lugar em que a hipocrisia, o desamor, a ganância, proliferam, com tanta liberdade.
A maioria concordou com essa triste verdade, e um tanto acabrunhada achou melhor mudar de assunto. Não é preciso dizer que o impacto dessa conclusão deixou um vazio no ar, um vazio de insatisfação, aquele famoso vazio que insinua que “ainda falta muito a dizer”.
O silêncio durou pouco. Uma senhora de aspecto intelectual, muito séria afirmou, para surpresa geral: que graça teria a vida, se não fosse a família? O pessoal se agitou, na esperança de que a mulher esmiuçasse seu ponto de vista. Não demorou muito, ela sem se abalar, ajeitou-se na cadeira e com voz calma explicou: -“antes de qualquer coisa, peço-lhes que se lembrem de que estamos no século vinte e um, portanto, longe das eras de escuridão que a humanidade atravessou”. O grupo ficou meio sem jeito, mas pelo que se via, estava interessado no que viria. – “Muito bem, a maioria das pessoas acha sem sentido, ouvir o que deveria ser uma família e o que ela, realmente, é, não é verdade? Pela cara do “auditório” notava-se que as eventuais explicações (se as houvesse) da “oradora” ainda se encontravam dormentes na cabeça dela. Pois bem, amigos vou colocar duas versões de família para ver qual delas lhes agrada mais. A primeira, representa o sonho utópico: um grupo familiar unido, sem nenhum defeito, sua via é calma, ninguém briga, ninguém precisa de auxílio psiquiátrico, enfim, um verdadeiro ” céu de brigadeiro”. A segunda, é uma vida pulsante, cheia de lutas, de vitória e derrotas (lembre-se de que se trata da vida familiar) , ora choramos, ora rimos, ora brigamos, ora fazemos as pazes e vamos em frente. Nesse tipo de vida não há monotonia, tudo é movimento. Essa segunda versão representa nosso dia a dia. Dinâmicos como somos, sempre em busca de movimento, qual das duas escolheríamos?
Não preciso dizer que depois dessa explicação, o silêncio tomou conta da sala, porque em sã consciência ninguém arriscaria fazer uma escolha. Nossa vida familiar é tumultuada, é verdade, porém é nesse tumulto que descobrimos nossas falhas e, com boa vontade, poderemos construir uma vida familiar adequada; por outro lado, tenho a impressão, que nesta altura de nossa evolução, não há lugar para uma vida sem luta, sem montanhas a escalar, sem necessidade de provar quem efetivamente somos. É hora de usar nossa razão, para analisar nossa vida familiar e, se necessário, reconstruí-la! A cutucada foi bem dada, tanto que na saída, todos os comentários, “mutatis mutandi”, não gostariam que nossa vida fosse um barco navegando, invariavelmente, em mares sempre mansos, sem ondas nem ventos; calmaria absoluta. Boa viagem a todos!
Luiz Santantonio
santantonio26@gmail.com