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A “CULTURA” DO TURISTA: SÓ DELE?

novembro-2015-editorial

Em nossa época, a maioria dos países procura incentivar o turismo, não exatamente para que os estrangeiros conheçam as belezas do país visitado, mas sim, e preferencialmente, porque essa prática tem se revelado como uma das mais eficazes maneiras de arrecadar dinheiro. Essa avidez para laçar turistas, como tudo no mundo, visa somente o lucro que a horda turística carreia para o país visitado. Enquanto, perifericamente, o assunto é dinheiro, renda, tudo maravilhoso, porém, quando se capitalizam os estragos produzidos por eles, a visão desse espetáculo muda de figura. Tanto é verdade, que, praticamente, em todos os lugares onde o turismo prolifera, o trabalho dos encarregados da ordem do lugar não dão conta de vigiar locais mais visitados, bem como a fauna e a flora, porque a fúria turística invade tudo e está sempre pronta para rabiscar, quebrar, pescar onde é proibido, deixar um rastro de lixo por onde passa. Somos vítimas de uma espécie de xenofobia inconsciente que consiste em não respeitar os lugares por onde passeamos, simplesmente, por não fazerem parte de nosso país, ou algo assim.
Muita gente pode até achar que estou sendo radical ao tachar “todos” os turistas de baderneiros. Todavia, em, praticamente, todos os passeios que fiz (e foram muitos) foi muito difícil separar os desrespeitosos dos outros. Pareceu-me sempre, que a educação e os bons modos são procedimentos em extinção. E deixando de lado os turistas, vamos passear por outros caminhos, estes mais próximos do nosso dia a dia, a fim de comprovar em que pé anda nossa educação, se é que alguém ainda se lembre de sua existência.

Que me diz o leitor a respeito de cinemas, lojas, shoppings, bancos, escolas, ônibus, metrô, etc. Caso o leitor tenha paciência em observar, com atenção, povo em ruas movimentadas, metrôs e shoppings lotados, reparará que a nossa espécie não demonstra nenhuma evolução; estamos à deriva; vamos para onde sopra o vento das nossas conveniências, nem que para isso precisemos passar o trator por cima de quem se antepuser aos nossos caprichos.

Todavia, embora pessimista com a população adulta, observo com muita confiança no futuro, o comportamento dos novos ocupantes da Terra (nossas crianças) que amorosamente se comportam com uma dose de amor pela vida, bastante esperançoso. Vejo-as interessadas na economia da água, na forma correta da coleta de lixo, na necessidade de despoluir o planeta, etc. etc. O importante é que essa preocupação não tem nada de infantil; são considerações que a maioria dos adultos não faz. Esse fato que ocorre à revelia dos adultos semeia uma esperança para este mundo de desalmados, que não sente amor por nada. Felizmente, a vida se renova constantemente; nada fica parado, tudo segue a natureza que é nossa mestra na arte da evolução. Ao leitor, assim como todas as pessoas de bem, proponho que doravante mudemos nossa conduta e, se precisarmos de exemplos sinceros de cidadania, prestemos atenção às novas gerações; tenho a certeza de que elas não se deixarão escravizar ao consumo, à destruição do planeta, porque como muitos cientistas já proclamaram, aqui é nossa casa; não temos outro lugar onde viver.

Luiz Santantonio
santantonio26@gmail.com