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NU E CRU

marco-2017-editorial

Esse foi o título de uma reportagem de um jornal, mês passado. Trata-se de um restaurante em Londres, no qual as pessoas fazem suas refeições, completamente, despidas. Não se trata como à primeira vista dá a entender, de um local para jovens rebeldes, ou coisa que o valha, pelo contrário: é frequentado por gente de bom nível social e endinheirada. Há muitos pormenores com relação a certos momentos em que o restaurante exige alguma cobertura para o cliente se movimentar, porém a aventura começa por deixar a roupa pendurada no vestiário, antes de adentrar, nos salões do restaurante.
Se compreender a vida já era difícil, em nossa era a dificuldade atingiu o impossível.
Vivemos milênios nos civilizando para vencer a nudez dos “primeiros habitantes do planeta”. Que princípio justifica esse retrocesso? O mais triste é deparar-se com pessoas, aparentemente, civilizadas valerem-se desse banho de ignorância a pretexto de exibir sua “modernidade”. Qual será a opinião dos moralistas? Fico imaginando se essa espécie ainda existe. Hoje, a palavra “transparência” justifica tudo, a ponto de logo mais, a humanidade poderá, baseada nela, andar nua pelas ruas, obedecendo à “lei” da modernidade, ou em outras palavras (que curiosamente nos causa asco) que essa conduta social, apoiada na “transparência” seja o caminho da involução, ou o retorno à barbárie, depois de nos orgulharmos de tê-la vencido. A pergunta é: somos humanos ou animais? Diante do que se vê, atualmente, a resposta se torna difícil, então por que tanto orgulho, se estamos vivendo com a velocidade que de uma vida em evolução com um comportamento que nos rebaixa a um nível insuportavelmente (cansei de buscar o adjetivo apropriado, então, desisti) inferior à nossa categoria de seres inteligentes? Talvez essa transparência seja a solução para que a humanidade, finalmente, encontre a harmonia que tanto necessita para alcançar a tão sonhada evolução, evolução essa, que abra os olhos da nossa razão, e nos desnude (não das roupas), mas sim, das fantasias, utilizadas para encenar o imenso repertório de mentiras e falsidades que ocultam nosso verdadeiro eu.
Devemos lembrar, conforme descobertas recentes da Ciência, que nossa espécie vive no planeta há apenas 150 mil anos, portanto, os cientistas afirmam que ainda somos imaturos em matéria de evolução, comparada aos demais seres que o habitam há milhões de anos. Essa é uma das razões que nos trazem algum consolo. Basta ter um pouco de paciência e chegaremos lá.
Boa viagem!

Luiz Santantonio
santantonio26@gmail.com